domingo, 12 de fevereiro de 2012

"O Guarda-Costas" imortaliza-se com o falecimento de Whitney Houston

Quando o filme “O Guarda-Costas” foi lançado nos cinemas americanos em 25 de novembro de 1992 ninguém imaginava que fosse fazer tanto sucesso. Apesar da presença do ator Kevin Costner no elenco (ele estava no auge da fama), a atriz principal era a cantora Whitney Houston e ela nunca havia feito um longa-metragem como protagonista. Isso era um risco à epoca, afinal, filmes com cantoras investindo na arte da interpretação sempre foram vistos com maus olhos. As atuações de Madonna estão aí para provar. Mas a fórmula suspense light mais romance açucarado deu certo e o filme foi um dos mais vistos daquele ano. Arrecadou mais de 400 milhões de dólares mundialmente e teve uma das trilhas-sonoras mais vendidas de todos os tempos.

Quem foi adolescente nos remotos anos 90 certamente deve ter visto “O Guarda-Costas” ao menos uma vez numa sessão de filmes da televisão. Hoje, é claro, a maioria adulto desdenha um pouco ou muito do filme. Isso acontece porque o longa dirigido por Mick Jackson é altamente melodramático e a canção principal "I will always love you" cantada por Whitney Houston se tornou um verdadeiro chiclete que sonorizou toda e qualquer comemoração de dia dos namorados, o que a fez ganhar com o passar do tempo o rótulo de cafona. Assim também ocorreu com a famigerada canção “My heart will go on” da Celine Dion do filme “Titanic”. Lembra?

O enredo é simples: o protagonista Frank Farmer (Kevin Costner) é um ex-agente do serviço secreto americano que acaba contratado para ser o guarda-costas da famosa cantora Rachel Marron (Whitney Houston) que está sendo ameaçada por um possível maníaco. O roteiro cria alguns candidatos ao posto de vilão da história, incluindo um fã obcecado pela cantora e uma irmã invejosa, na intenção de manter o suspense até o derradeiro final quando, numa cerimônia de entrega do Oscar, Rachel sofre um atentado. Percebe-se que Whitney Houstou não precisou fazer muito esforço para interpretar uma cantora que de vez em quando é atriz.

A produção é extremamente pop, puro entretenimento para uma sessão da tarde, um produto do cinema hollywoodiano para alavancar a carreira de Kevin Costner e lançar Whitney Houston como atriz. Você poderá viver cem anos, goste ou não, esse filme será sempre lembrado, assim como sua canção, que chata ou não, entrou para a história. E foi por isso tudo que ele acabou se tornando um clássico do cinema pop. Afinal, para ser um clássico não precisa ser exatamente uma obra prima. O que observo aqui, não é se o filme é bom ou ruim e sim a força da narrativa para se manter na memória do público ano após ano e assim ultrapassar gerações. Julgando-o, posso dizer que é até bem feitinho e tem uma história bem amarrada, sem inovações, mas foi urdido com o intuito de agradar o grande público e isso inclui a presença de muitos clichês na trama.

Agora com a morte da cantora Whitney Houston anunciada no sábado (dia 11), “O Guarda-costas” entrou definitivamente para o hall das obras inesquecíveis da história do cinema americano. Por ter sido o único filme de grande repercussão da cantora (ela fez outros dois filmes como protagonista “Falando de amor” e “Um anjo em minha vida” entre outras pontas em filmes menores), por ter sido um cliclete grudento, por ter arrecadado muita grana, por ser entretenimento descarado, por tocar a música-tema até hoje nas rádios do mundo inteiro, por ter passado na televisão milhares e milhares de vezes, o filme acabou tornando-se imortal e o óbito da artista reforça ainda mais esse caráter perene da obra. A morte tem esse poder. Jaz o corpo, permanece a arte.


Abaixo, três videos retirados da trilha-sonora do filme. "I have nothing" e "Run to you" foram indicadas ao Oscar em 1993, mas perdeu para a canção da animação "Aladdin". "I will always love you" não foi indicada porque era uma regravação de uma música de Dolly Parton. O quarto video é da música "When you believe" que pertence a trilha-sonora da animação "O Príncipe do Egito" música que juntou as vozes de Whitney Houston e Mariah Carey e acabou levando o Oscar de melhor canção em 1999.








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